O meu jeito de ser - 2022
Esse livro traz outra bela seleção de crônicas de Gilberto Cunha, onde entre idas ao passado, voltas ao presente e pequenas contemplações do futuro, o autor consegue nos transportar para dentro de seu mundo, onde deixa claro seu poder de observação e análise da vida, trazendo sempre à tona, seu lado analítico de observar, decifrar e entender asituações e pessoas que cruzam seu caminho.Gilberto consegue traduzir seu modo de pensar, através destas pequenas pérolas literárias, com tanta sutileza e talento que passamos nós também, a olhar o nosso mundo de seu olhar. “Dentro de mim há vários mundos com muitos personagens, geograficamente extensos e lindos”, diz o autor.
Editora Lluminar
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Pessoas - 2021
Ao realizar a recapitulação das pessoas que passam pela vida, revela-se uma teia de relações infinitas em horizontes afetivos e plurais. O que é possível apreender e recordar das pessoas? De que modo se apresentam? Todo o esforço de rememorá-las leva a variadas descrições, muitas imprecisas. Elas não se reduzem a simples representações do momento.
Algumas pessoas deixam marcas profundas e se guarda a melhor versão delas. Outras, apenas apontamentos de caminhos. Mas todas elas se dão como presenças vivas. E assim, a partir da relação comas pessoas, o mistério dos encontros da vida ganha sentido de aprendizado e convivência, testemunhado pela escrita e leitura das personagens no teatro da vida.
Dr. Rudy Cogo Moor
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Crer é Ter a Certeza: A Certeza de Crer - 2021
A cena era muito bonita
e o ambiente era divinamente sereno, calmo. A mulher de joelhos rezava em
silêncio e eu perambulava por entre os bancos daqueles templo. Fiquei
paralisado quando vi pela vidraça da enorme janela um colorido de anjos e de
santos e por trás desse desenho a luz do sol iluminava as folhagens que
enfeitavam o altar. Eu tinha três anos e aquela mulher era a minha mãe.
Desde então essa cena vive comigo, me acompanha no tempo
e me segue nos sonhos. Ela é a certeza de que para além do aqui existe um lá,
um horizonte que ultrapassa as coisas daqui. Depois que saimos daquela igreja
eu era outro, havia passado pelo novo batismo, o batismo da certeza de crer.
Sim, ali surgiu na alma do menino a certeza perene da aternidade.
Adolecente pude sentir um estranho sentimento quando pela
primeira vez ultrapassei os muros daquele convento e cheio de sestro cruzei os
portais da capela. Nos meus sonhos eu já estivera ali, tudo era conhecido, nada
havia de novo, tudo me era íntimo. Ao término do encontro eu queria ficar, fui
convidado a me retirar. Eu era um menino que ainda estava pensando no mundo
interior que havia em meu coração.
Passou
o tempo e as imagens foram se juntando a outras imagens de igrejas, torres,
ícones, mosteiros e santos. Havia um mundo inscrito no meu mundo e que entrara
pela janela colorida quando uma mulher me levara a igreja e de joelhos se
pusera a rezar. Havia um encanto pelo silêncio das igrejas, pelo sino das
manhãs de domingo e pelo mistério do céu. Em
contrapartida havia um medo pelo escuro, pela noite e pelos desconhecidos que
eu via nas histórias que me contavam, havia dois mundos, o da janela colorida e
o dos bosques escuros onde os seres monstruosos criavam asas ponteagudas e
tripalhos nas mãos. Mas aquela janela de onde a luz iluminava os altares sempre
foi a certeza de que não estava sozinho…
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A Vida é Uma Linda Melodia de Violino - 2021
A
pessoa que mais riu dos meus textos foi ela. Cada vez que eu publicava, ela me
dava um sinal e depois sorria. Eu soube por ela mesma o que achava dos meus
escritos: pueris. Mas, para aliviar a carga ela acrescentava, tem alguma coisa
de psicologia neles. Um dos textos que mais senti empatia com ela foi aquele
que eu falei da saudade de meus cachorros, ela escreveu me dizendo: vai dar
tudo certo, aguenta a saudade.
Às
vezes, trocávamos ideias, quase sempre sobre a vida e os papeis que assumimos
em nossa existência. Houve um tempo em que falamos mais dela do que de mim, foi
quando senti que estava protegendo a “minha filha” e ela descobriu esta faceta
dos meus sentimentos e se desmanchava em risadas. Ela tinha aquele jeito maroto
de ler a mente das pessoas. Aprendera com maestria a lidar com os meandros dos
pensamentos. Foi uma colega atenciosa e uma excelente psicóloga.
Os
que estudaram comigo na antiga UNIFRA, hoje UFN, e conviveram com a Micheli,
são testemunhas do quanto ela era querida, forte e sorridente. Mal sabíamos que
o destino nos roubaria tão cedo aquela menina alegre, festeira e profissional
competente. A vida tem os seus caminhos, mas não importam quais são os seus
itinerários, os nossos afetos continuam intactos. Perguntas? Algumas. Saudades?
Sempre. Mas, as lembranças nos consolam.
Hoje
concluí mais uma coletânea de textos que possivelmente irão virar “um
livrinho”, temas que os pacientes trazem e momentos de interação que viram
histórias. Ao terminar de juntar os textos eu me lembrei dos meus colegas
psicólogos e mais uma vez surgiu a Micheli e o seu sorriso grande e a sua
esperança gigante. Então pensei em dedicar este livro para ela que hoje, mais
do que qualquer um de nós será capaz de entendê-los.
Sou um dos muitos psicólogos que existem no mundo, a propósito, às
vezes, esqueço que sou psicólogo. Mas eu nunca deixo de me lembrar dos meus
amigos psicólogos e das suas lidas em consultórios (e agora online), empresas,
hospitais e universidades. Eu sei e vocês sabem da responsabilidade de lidar
com o coração humano. E, sabemos também a alegria e a dor de ser quem somos,
por isso, esse livro é também para vocês...
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Tributo ao Cabo Ilha – 2020
O jovem Carlos Adalberto Ilha de Macedo foi um dos muitos jovens que embarcou para a Missão Suez no deserto de Gaza. Residia na cidade de Porto Alegre e um dia se voluntariou para ir a Suez em missão de paz. Contam os seus colegas que ele era muito divertido, sorridente e brincalhão. Era um jovem que gostava da prática do boxe e tocava violão, fazia parte da banda do 20o contingente.
Naquele tempo, diretamente da Faixa de Gaza, havia diariamente notícias dos “pracinhas de Suez”. E no mês de junho, exatamente no dia 5, eclodiu a Guerra dos Seis Dias e os soldados brasileiros foram envolvidos nessa guerra e as notícias me deixaram apreensivos e se tornaram assuntos entre eu e meus colegas, que embalados pela música “era um garoto que como eu”, construímos um fantástico enredo psicológico em nossas almas.
Os “pracinhas de Suez” foram os meus heróis de infância e o Cabo Ilha um dos personagens que mercou aqueles dias sombrios de 1967. O tempo passou e esse evento permaneceu sempre vivo em minha memória, às vezes longe, outras vezes muito perto, mas nunca desapareceu… Foi então que tentei resgatar esses acontecimentos e entender a figura do Cabo Ilha em minha vida. E devo dizer que foi muito bom me encontrar com a breve existência desse jovem humanamente bom.
Esse livro foi escrito com a ajuda de alguns amigos que estiveram com o Ilha na Missão Suez e que com ele fizeram toda a preparação para esse grande projeto de paz e que infelizmente acabou ceifando a vida do jovem soldado. Foi um daqueles livros que escrevi de maneira relâmpago, as entrevistas demoraram, mas os textos foram instantâneos. É um livro que eu devia aos heróis de minha infância, eles que hoje transitam pelas ruas de minha cidade.
Há projetos para escrever mais um livro sobre esse assunto, mas… quem sabe!
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O Espírito de John Boy - 2020
Quando chegamos a uma certa idade nos deparamos com a nossa vida como se ela fosse uma tela de cinema e as cenas que sempre estiveram em algum lugar começam refletir em nossos pensamentos. Depois de um certo tempo comecei a perceber que as minhas histórias borbulhavam em mim e os meus dedos começaram a escrever comi nunca. Então tinha chegado a hora de escrever sobre as minhas experiências, pelo menos sobre alguns temas que eram caros.
Não criei nenhum projeto de textos, simplesmente comecei a escrever e só depois eu vi os temas que os escritos abordavam e foi assim que surgiu “O espírito de John Boy” e os escritos sobre a infância, adolescência, seminário, amigos, família, filmes, cachorros e, é claro, sobre um tema humanamente desafiados: o entardecer da vida, ainda que poucos textos sobre esse assunto que evitamos falar ou escrever.
O título “O espírito de John Boy” é uma homenagem a um personagem de um seriado de televisão (do meu tempo) em que numa numerosa família havia um dos filhos que escrevia diariamente sobre a saga de sua família camponesa e as suas lidas no campo. O maior desejo desse jovem era ser escritor e por isso escrevia todas as noites. O livro “O espírito de John Boy” foi escrito justamente nas minhas noites de insônia…
Porém, deixo claro que esse livro é uma pequena ideia da minha vida, não é uma confissão do passado e nem a esperança do futuro, são meramente registros das minhas noites de insônia quando tomado pelo espírito de John Boy…
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Acácias, Plátanos e Ruas - 2020
Eu tenho um medo, tenho medo que o bairro Teresópolis desapareça. Já sonhei com essa possibilidade e acordei muito triste. Os mais pessimista me dizem que sim, que Teresópolis ficará perdido no meio de edifícios, de grandes avenidas e que se tornará um caminho, apenas um caminho. E quando vejo as fotografias de cinquenta anos e a paisagem de agora eu sinto que talvez os pessimistas tenham razão. Talvez um dia tenhamos de fazer um grande esforço para localizar certos pontos do bairro. Será um bairro soterrado aos nossos corações octogenários
Sinto que é preciso conservar a memória desse lugar e se não podemos lidar com as escavadeiras que de forma brutal derrubam os nossos velhos prédios pelo menos lancemos mãos de nossas canetas. E foi tomado por esse medo que me encorajei de escrever o “Acácias, Plátanos e Ruas” que são pequenas crônicas que ouvi andando pelas ruas do bairro. O fato é que ficarão histórias e casos que ajudarão a conservar a magia que esse lugar tem, cada pedacinho de rua, cada folha das acácias e os troncos dos plátanos fala dos nossos antepassados. O que dizer da brisa fria do morro São Caetano… coisas assim merecem ficar eternizadas em alguma página…
Esse livro é o resultado de dois sentimentos contraditórios, o medo de que um dia algo chamado progresso sentencie a morte de Teresópolis e a certeza de que jamais desaparecerá de minha alma as paisagens poéticas donde exalam perfumes das folhas no chão…
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Pe. Nelson, Retalhos de Uma Vida – 2019
Discreto como era jamais ele permitiria que se publicasse um livro sobre a sua vida. Homem acanhado quando o assunto era ele, mas um gigante quando o assunto era o outro, Padre Nelson preferia o ostracismo. Ele gostava do seu canto, dos seus livros e das suas reflexões. Mas, ousei escrever sobre ele em respeito aos mais de quarenta e nove anos nessa igreja da saúde.
Ele nada deixou escrito sobre a sua história, nada que o evidenciasse publicamente, quem o conheceu sabia que ele era recluso, quase um “ensimesmado”. Os mais próximos sabiam do tamanho do seu coração. Tomou posse na paróquia aos quarenta e dois anos, quando o transferiram da Igreja de Santa Terezinha da Ramiro Barcelos. E aqui exerceu parte do seu apostolado em companhia do Monsenhor de quem tinha o maior respeito.
O livro sobre o Padre Nelson tem como subtítulo “Retalhos de uma vida” porque os textos são pequenos testemunhos que ouvi do seu povo. Padre Nelson era um admirador da natureza e não admitia que o altar da igreja ficasse sem flores e sobre isso ele era peremptório: “se a igreja não tiver flores é melhor fechá-la”. Ele era um homem doce, mas também tinha o dedo em riste se fosse preciso. Mas, vivia na calmaria e na doce esperança que algumas pessoas um dia mudariam.
Padre Nelson morreu no Lar Sacerdotal no mês de novembro de 2016… fica a nossa saudade! Ele mereceu esse livro e, com certeza, merece outros mais.
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Os Meninos de Suez – 2019
A nossa infância é sempre repleta de histórias, nessa época a nossa alma é muito receptiva aos acontecimentos. Aos nove anos tive o privilégio de acompanhar o episódio do 20o contingente em Suez e as notícias do “Correspondente Esso” (quem lembra?) se encarregaram de passar as emoções. A morte do Cabo Ilha foi especialmente um momento marcante e triste.
A vida continuou e ao longo do meu caminho essa história ficou em algum lugar de minha alma. Às vezes eu lembrava e depois fugia e em duas oportunidades, acidentalmente, a lembrança surgiu de modo considerável. Nessas suas oportunidades que eu descobri que tive os meus heróis de infância e então comecei a pesquisar sobre o batalhão Suez. E pude encontrar muitos de meus heróis na figura frágil e humana de pessoas que levam em seus corações traumas e esperanças porque a vida tem seus mistérios, suas alegrias e as suas dores…
Esse livro é uma narrativa que perpassa o meu tempo dos nove, dos vinte, dos quarenta, e dos cinquenta e um anos e certamente morrerá comigo. Decidi escrevê-lo durante uma aula na faculdade de psicologia quando uma amiga me disse: “me fale mais sobre Suez… Então comecei a escrever”. Este livro é dedicado para ela, hoje uma excelente psicóloga. A apresentação é da professora da UFN de Santa Maria Dra. Elsbeth Léia Spode Becker, uma grande amiga. E as ilustrações são do meu amigo Aleksei Caceres Drafta.
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Monsenhor André Pedro Frank - 2019
Monsenhor André Pedro Frank merecia muito mais do que um livro. Ele foi o primeiro padre da Saúde-Teresópolis e ajudou a construir esse lugar e foi um exigente e bondoso pastor do seu povo. Sempre teve carinho por esse lugar e mesmo depois como vigário Geral da Arquidiocese e das outras diversas e elevadas tarefas de sua vida de padre sempre se mostrou humilde e espirituoso com as pessoas.
Menino pobre de pais agricultores e de origem alemã teve que vencer muitas dificuldades, mas a sua disciplina e dedicação aos estudos e ao trabalho o fez um homem grande. O amor que sentia pela sua terra e pelos seus amigos durou a vida inteira. Sempre que podia ele escapulia para as terras de Pareci onde descansava, rezava e matava a saudade de sua infância. Ele amava a todos, mas tinha um especial carinho por uma de suas irmãs.
Monsenhor morreu no dia 1o. de julho de 1975 e o seu enterro foi um momento comovente em Teresópolis, era um pastor que amava o seu povo. Ainda guardamos como recordação a sua xícara de café e uma garrafa de barro que ele costumava esquentar os pés. Mas, a sua vida continuará sendo um grande presente de Deus para esse lugar. Ainda não entendo como o bairro de Teresópolis não foi contemplado com uma rua em seu nome… Há uma rua no Bairro Serraria e um Grupo Escoteiro na Vila Assunção com o seu nome… Mas, quem sabe mais livro?
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Paróquia Nossa Senhora da Saúde – 2018
A paróquia de Nossa Senhora da Saúde do bairro Teresópolis, na zona lesta da cidade de Porto Alegre tem uma longa história. Era uma capela da Igreja do Menino Deus e a sua população, embora pequena era muito devota. As pessoas do bairro dividiam o lugar com os mais abastados da cidade que compravam as suas chácaras no bairro para passarem os finais de semana. Quando tornou-se paróquia em 1916 recebeu como o seu primeiro pároco o jovem André Pedro Frank, então com 25 anos.
Desde então o lugar “só cresceu” e a sua história está cheia de eventos que envolvem a primeira festa da uva do Rio Grande do Sul, na Praça Dona Maria Luíza até as pedras da catedral que foram retiradas da pedreira do bairro. Mais tarde, já como Monsenhor o “Padre Pedro”, como era conhecido, ensaiou uns pequenos e bons textos sobre o bairro. Ele tinha uma visão ampla deste lugar, de sua história e das pessoas daqui. A propósito, Monsenhor escrevia muito bem, foi um homem do latim e das palavras, muito embora silencioso e orante.
Mais tarde temos a figura esguia do Padre Nelson Selbach que trabalhou nessa paróquia quarenta e nove anos. Quem o conheceu pode lidar com um homem inteligente, zeloso e muito atento aos pobres. Padre Nelson pegou um tempo de transição, o Concílio Vaticano II, e que mudou a liturgia, a pastoral e as novas ideias de uma igreja latino-americana.
Os textos desse livro são inspirados no Livro Tombo da paróquia e de alguns depoimentos colhidos dos paroquianos. A intenção de publicá-lo foi mostrar um pouco da história da comunidade, mas ainda há conteúdo para outros livros, quem se encoraja? A frase marcante do livro foi aquela que o Monsenhor dizia nos momentos tristes e alegre da paróquia: “Te Deum Laudamus”, ou seja: “Demos graças a Deus” e esse deve ser o nosso mantra diante da bondade de Deus tão copiosamente derramada sobre Teresópolis e seus filhos…
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Conhecendo o Rio Grande do Sul - 1999
A Tropa Escoteira do Monsenhor sempre foi bem formada, bem treinada e tínhamos dentro dessa faixa etária muitos líderes. E foi daí que numa reunião se pensou em construir um projeto que pudesse oferecer novos conhecimentos aos escoteiros. Naquela noite surgiu a ideia de um projeto que ficou denominado “Conhecendo o Rio Grande do Sul”. Era um projeto de viagem, de desbravar parte do nosso estado. Os meninos estavam desejosos de aventura, de conhecer novos lugares e no fim um livro com relatos das viagens.
O projeto que duraria dois anos e se destinaria aos lideres das patrulhas. E cheios de planos partimos para os lugares previamente escolhidos e estivemos mergulhados nas estradas, nos campos e beiras de rios dos seguintes lugares: Itapuã, Taquari, Poço das Antas, Pareci Novo, Evaristo, Santa Maria, Alegrete, Uruguaiana e Passos de Los Libres. A primeira viagem aconteceu no mês de novembro de 1997 e a última em dezembro de 1998 e no ano seguinte publicamos um livro com os relatos das viagens.
Os textos são relatos do que vimos nos diferentes lugares que o projeto nos possibilitou conhecer e temos desde narrativas pitorescas aos escritos poéticos e muitos e diferentes personagens. Naquela época uma das cenas mais alegres foi a apresentação das irmãs Gonçalves num circo armado em Pareci Novo. O plus do projeto e o não esperado foi a nossa viagem a Passo de Los Libres, na Argentina. As 223 páginas desse livro foram escritas em tempo recorde e foi um dos momentos mais bonitos vividos no Monsenhor… Talvez ainda tenha algum exemplar guardado no Grupo…
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Grupo Escoteiro Mons. André Pedro Frank - 1995
Quando cheguei na Zona Sul da cidade não imaginava o que seria de minha vida, nem mesmo o que encontraria. Mas eu sabia que era um lugar favorável para repensar a vida. O que era para ser um “pouco de tempo” transformou-se mais do que uma década. E foi nesse lugar e nesse tempo que ajudei a fundar um grupo de escoteiro. Era um sonho, deu certo. Sobre a história do “Monsenhor” já escrevi alguns textos e ainda há muito o que falar desse grupo que marcou a minha vida e a vida de muitas pessoas.
Por ocasião do quinto aniversário de sua fundação resolvemos escrever um pequeno livro sobre o início do grupo, e só foi possível esse livro graças à generosidade e o espírito escoteiro de Paulo Roberto Machado Gil que “bancou” a sua edição. Sem essa ajuda não conseguiríamos a publicação. E numa noite de sábado no Salão Paroquial da Igreja da Assunção fizemos o lançamento dessa obra dentro dos festejos do aniversário do “Monsenhor”.
Hoje talvez ainda exista algumas poucas cópias do livro que conta a história dos primeiros cinco anos de um sonho que deu certo. Os textos foram retirados de velhas agendas, do livro tombo da paróquia e de alguns depoimentos, tudo muito simples. Esse livro foi dedicado a duas pessoas que então estavam administrando o “Monsenhor”: “Fernando Aluir Klein e Geraldo Portanova Leal”. O que poucos sabem é que juntamos material suficiente para um segundo volume que seria lançado no décimo ano do Grupo, mas os textos ficaram em algum lugar e depois sumiram ou estão perdidos em alguma parte desse mundo.
Foi muito gostoso escrever esse livro, estávamos num momento em que o grupo crescia e se tornava grande e forte. E ele foi apenas um dos instrumentos que usamos para festejar os primeiros anos do “Monsenhor”.
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