Ambiente acidificado
Gilberto B. da Cunha
Psicólogo CRP 07/21456
O título do texto me chamou a
atenção. Dizia assim: “O acidificado
ambiente corporativo e a dissimulação involuntária do consumidor, do indivíduo”.
O título era mesmo extenso. Como professor primário, vou tentar explicar.
Ambiente todos sabemos, quer dizer o lugar que estamos, que dividimos,
que visitamos, que moramos. Por exemplo: a nossa casa, o nosso trabalho, o
clube, o restaurante e a também a igreja, porque não? E acidificado, no texto,
se refere ao “clima” do ambiente, do lugar. Acidificado quer dizer: azedo!
Azedo é igual a aborrecido, zangado. Nada amável e nada doce.
Esse texto foi escrito pelo jornalista, tradutor e escritor Luiz Peazê,
um gaúcho de Canoas, radicado, agora em Portugal. Ela mora com a esposa e eles
tem um café chamado O Ponto. Vale a pena conhecer. Luiz jogou futebol comigo,
nos velhos tempos do LANSUL, velhas histórias que já partilhamos. Mas, vamos ao
que o Luiz disse no seu texto e que me fez refletir.
Primeiro o autor reconhece que a acidificação é ruim para qualquer
organismo, o ambiente acidificado quase sempre fragiliza as relações e pode
deixar mazelas irreparáveis. Porém, o autor faz uma ressalva aos que têm 45
anos, são doutra geração, lidam melhor com a acidificação. Não concordo com o autor,
pelo menos no “ambiente sagrado” (a igreja) eu penso que aos 45 se vê muita
acidez. Talvez porque seja esse “mundo” um pouco mais velho, costuma-se dizer:
conservador.
Luiz, o autor do texto, afirma que há momentos ou lugares que
acidificação é necessária, mas com muito cuidado, extrema atenção e dose
milimétrica, calculada. Entendo que há momentos em que precisamos ser pontuais
com as pessoas, não deixar que elas soltem todos os seus ácidos, achando que só
eles têm esse direito. É preciso colocar limites e não devemos aceitar a
condição recipientes dos problemas alheios o tempo todo. Em quinhentas palavras,
o jornalista nascido em Canoas, explica essa cultura que está aí, nesse mundo
de relações.
O texto termina, enfim, nos alertando que somos humanos é precisamos
romper com essa cadeia de acidez entre as pessoas. Essa acidez nas relações está
em todas as formas de relações, cuidado.
Nenhum comentário: