O SUICÍDIO.
O suicídio.
Gilberto B. da Cunha
Psicologo CRP 07/21456
Sou profundamente grato aos meus professores de psicologia que me ensinaram que quando assunto é suicídio devo ter cuidado para escrever. Não se fala de suicídio de qualquer maneira, é preciso ter responsabilidade e conhecimento. Li sobre o assunto e conheço-o na pratica de minha pastoral. Não é um assunto fácil e difícil de lidar com ele quando estamos envolvidos.
Sem querer fazer psicologia do tema e nem tratá-lo de maneira inconsequente, sigo o caminho da experiência de quem lida com essa dor. Nos primórdios da vida conheci uma pessoa que não suportou a traição do companheiro e sentindo-se com a alma ferida preferiu tirar a sua vida. Uma dor insuportável fez aquela moça mergulhar numa realidade de desgosto infindável.
A marca desse suicídio permaneceu no silêncio, a família não falava sobre ele, era proibido tratar desse assunto. O suicídio era, naquele tempo, uma vergonha e causa de esquecimento. Outras histórias contavam sobre esse assunto, sempre às escondidas. Uma sentença dada a suicida era “ela se perdeu”.
Depois me encontrei com várias histórias de suicídio e sempre achei que era um tema a ser aprofundado. As dores em torno deste episódio são enormes, as razões são quase incompreensíveis e os sinais muitas vezes imperceptíveis. Resta-nos olhar com atenção para os que trazem em suas almas uma dor inaudível. Mesmo assim, sempre existe o risco.
Mas, os que morreram nos deixaram pistas possíveis por onde podemos caminhar e por onde podemos construir reflexões. O tema continua urgente e hoje se tornou urgentíssimo. O que não podemos fazer é esquecer que esse assunto é importante e que não podemos deixar de falar dele. Falar da vida e da alegria de vivê-la é um caminho, colocar-se como amigo é um jeito e escutar a dor do outro é fundamental.
Saibamos amar intensamente aqueles cuja alma está terrivelmente ferida e o coração sem esperança. Às vezes eles só precisam de um abraço. Mas o tema merece muito mais do que este texto. Um bom profissional pode ter orientações seguras e estáveis. Se a jovem traída soubesse que a sua vida poderia ter outros horizontes e se não tivesse dado importância aos sussurros sociais. Sejamos prudentes quando o assunto é suicídio...
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