Os rios e salgueiros da Babilônia...
(Salmo 136)

Gilberto B. da Cunha 
Psicólogo 07/21456 

    Era uma gente que acreditava, que confiava na força de Deus e que sabia que era preciso caminhar. Os dias eram longos, uma caminhada pelo deserto, distâncias a andar. Sonhavam com um lugar livre, uma terra, uma pátria. A saga dessa gente é descrita nas linhas tristes, alegres e esperançosas dos Salmos e de outros livros, textos recolhidos ao longo do tempo...

    “As margens do rio da Babilônia” eles choravam quando os pés doídos precisavam de descanso e debaixo dos salgueiros derramavam as suas lágrimas. Lembravam dos tempos da liberdade e de seus instrumentos era possível escutar músicas e canções de sofrimento. Era a lembrança do tempo em que viviam livres, sem desesperança.  Agora, às margens do rio, choravam as suas tristezas e os salgueiros eram testemunhas de suas lágrimas.

    Nunca, porém, desistiram de caminhar e um dia encontraram a terra dos sonhos e da liberdade. Assim somos nós e a nossa vida. Há tempos em que precisamos descansar nossos pés cansados e feridos. Às vezes é preciso encontrar a sombra de um salgueiro para chorar as nossas tristezas. Mas, acima de tudo é preciso caminhar. Feliz daqueles que não desistem da caminhada. Um dia nossos pés tocarão a terra prometida.

    No caminho encontramos o sol escaldante, a chuva torrencial, a tormenta intensa, o chão tortuoso, mas encontramos rios e salgueiros onde podemos chorar as nossas dores e cantar canções de esperança. O caminho se faz caminhando e caminhando entramos na terra prometida. Foi o que meditei hoje no salmo 136, um belo poema de resistência, acima tudo é preciso caminhar!

Nenhum comentário:

Imagens de tema por Storman