A guerra que alimentava os nossos sonhos
Gilberto B.da Cunha
Psicólogo CRP 07/21456
Nos anos sessenta e setenta a guerra era um tema constante, os livros da escola e os jornais retratavam as guerras deforma espetacular. Sim, as guerras eram um espetáculo. Nós não sabíamos disso, não tínhamos essa consciência. Os gritos de paz e amor passavam despercebidos até que...
A minha turma gostava de ver filmes de guerra, eles pareciam dizer toda a verdade dobre bombas, destruições e gente mortas pelo chão. Nós também não sabíamos que o cinema era um possível instrumento de manipulação. E como ele tinha o poder de manipular. Naquele tempo queríamos saber tudo sobre a Guerra do Vietnã e as notícias sempre viam em boa hora. E ainda vivíamos das especulações da Segunda Guerra e a verdade que chegava sobre essa e outras guerras tinha uma só via.
Depois começamos a prestar a atenção na contracultura da guerra, jovens americanos começaram a protestar, Jane Fonda, Cassius Clay e os Hippies mostravam um outro lado, o lado que não queríamos ver. Gritavam PAZ e AMOR e até os religiosos se tornaram adeptos desse slogan, para a loucura do mundo que desejava a paz. A guerra, que rendera tanto lucro no cinema, começou a ser pensada de outra forma. Surgiram os documentários.
Há pouco vejo que um grupo de cinema está lançando um documentário sobre a Guerra do Vietnã, ela que alimentou os sonhos da minha turma durante boa parte de nossa infância. Eles prometem uma abordagem nova, agora transformada numa série. Prometem novos relatos. O novo protagonista dessa série é o americano Kenneth Lauren Burns, que se diz apoiador do Partido dos Democratas. Sendo assim, creio que as versões da guerra continuam sendo um perigo.
Mas, vá lá!!! As guerras ainda continuam provocando a alma humana, especialmente por aqueles que procuraram as suas verdadeiras razões, ou não! Tal qual a minha turma, o menino Burns era fascinado pelas guerras...
Nenhum comentário: