Poxa, Gilberto Gil!

    Gilberto B. da Cunha 
    Psicólogo CRP 07/21456

    Gilberto Gil está triste, é a manchete! Ele lembra a perda da Gal Costa, da Rita Lee, elas deixaram saudade em seu coração. E ele lembra dos tempos em cantavam juntos, do tempo em que viviam sobre a sombra da censura, de um país que vivia momentos históricos interessantes. Ele confessa que passa por momentos mais saudosos, às vezes a saudade ameniza.

    Agora ele enfrenta a enfermidade da filha, Preta Gil. Ele diz que o momento é de sofrimento. Sobre a filha, fala: “É muito jovem para sofrer assim”, mas é um pai resignado. Sofre em silêncio. E sobre si mesmo ele diz: “estou vivendo conforme a minha idade” e confessa que não sabe até quando. Ele está triste, pensativo.

    Gilberto Gil é um homem do palco, da música, da reflexão, da política... A sua música faz pensar, diz ao povo o que pensa e do seu violão brota um som diferenciado, simples e leve. Gilberto Gil é dos fundadores da tropicália, os mais jovens não sabem o que é isso. Para entender os estilos musicais é preciso ler. Foi o estilo que rompeu uma cultura e que trouxe inovações estéticas e comportamentais.

    Mas, hoje, Gilberto Gil está com 81 anos! Sente que ainda tem sonhos, um deles é continuar nos palcos, mas sabe que a sua vida se encontra no entardecer. Ele sabe que a vida é feita de começo, meio e fim. Está saudoso o nosso Gilberto Gil, a perda de suas amigas Gal e Rita está doendo e a enfermidade de sua filha Preta o deixa triste, profundamente triste.

    Gilberto Gil está pensativo, mas consegue fazer belas reflexões sobre a vida e sobre a morte e sabe que nenhuma reflexão é maior do que a dor da saudade, essa só no peito é possível suportar. É isso, Gilberto Gil, a vida, nisso, é justa, a morte, a saudade e a tristeza é para todos. E cada um tem o seu palco para dissipá-la, seja lá qual for o palco, mas é nele que somos nós mesmos, com os aplausos ou com o silêncio...

 

 

 


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